sexta-feira, 29 de maio de 2009

Reportagem do NY Times traduzida

Eles vislumbraram o futuro e desgostam do presente

Duas horas já adentradas no Z-Day - o fórum educacional associado ao filme “Zeitgeist” – Peter Joseph, diretor do filme e da “Evening’s MC”, saiu de seu cubículo e caminhou humildemente ao palco.

Com seu cavanhaque e bigode, sem gravata com o seu terno marrom, o Sr. Joseph discursava por 90 minutos sobre a natureza insustentável da economia baseada em dinheiro – sobre o consumo cíclico, obsolescência planejada, prevaricação corporativa e montes de lixo tóxico.

“É tempo de acordarmos”, entoou solenemente através de um microfone sem fio. “O cenário do juízo final, a grande contradição pode estar acontecendo agora. O sistema de cambio monetário – face aos avanços tecnológicos – completamente obsoleto.”
Ele arrancou fortes aplausos de sua platéia convencida, uma quantidade de 900 pessoas que pagaram de antemão US$10,00 para se sentarem em um auditório cheio de gente em Borough no Colégio Comunitário de Manhattan em Chambers St.
Eventos do Z-Day já estavam acontecendo da Nova Inglaterra á Nova Zelândia, mas esse, foi o grande evento: o acontecimento referencia contendo nomes de referência.
Lá, em meio á multidão estava Jacque Fresco, um desenhista industrial e engenheiro guru do que as pessoas de forma não irônica chamam de “o movimento”. Sr. Fresco, um senhor de 93 anos, sentava-se ao lado se sua companheira Roxane Meadows, sorridente.
Sr. Joseph, de volta ao palco esperou pacientemente por uma multidão que em fulgor, recusava-se a sair de volta dele.

Se a eleição de Barack Obama deveria denotar o progressivo desaparecimento da forma de governo corporativa grosseira e rude, e iniciar uma nova e sustentável era de mudanças, havia pouco indício da realidade disso no Segundo Encontro Mundial do Movimento Zeitgeist, no qual seus organizadores dizem ter feito outros 450 eventos paralelos em 70 países ao redor do globo.

“A missão do movimento é a aplicação do método científico para a mudança social”, anunciou Sr. Joseph como que introdutoriamente. A noite que iniciara as 19:00as regada a uma crítica de duas horas de duração sobre a economia monetária, se tornara por volta da meia noite, uma utópica apresentação de uma sociedade livre de dinheiro e guiada por computadores, uma feira da re-imaginação da sociedade, como se Karl Marx e Carl Sagan tivessem contratado John Lennon durante seus dias de “Imagine” para fazer nada menos do que redesenhar as estruturas-base da vida planetária.
Em outras palavras, uma resposta não totalmente inapropriada ao movimento Zeitgeist em si, no qual um jovem estudante de filosofia em um blazer cor púrpura, descrevia antes do show iniciar, como “o mundo no qual conhecemos está para acabar”. A medida que a noite continuava com uma apresentação no Power-point, uma apresentação falada do Sr. Fresco inspirava uma sessão de perguntas e respostas onde alguns temas básicos emergiram: economia moderna é uma fraude; o débito global irá esmagar o planeta; a sociedade em si está se acabando com a razão do lucro; e as pessoas devem entender o fato de que mais do que uma legislação – ou administração presidencial – deve mudar.

Mesmo que nunca tenham realmente sido mostrados – ao passo de que varias pessoas já haviam visto várias vezes – Os dois filmes de Peter Joseph, “Zeitgeist, the Movie” ( lançado em 2007 ) e “Zeitgeist: Addendum” ( lançado no último outono , eram subtextos da noitada: documentários online que foram assistidos, diz ele, por 50 milhões de pessoas ao redor do mundo.

O primeiro filme, que foi o mais famoso por atribuir que os ataques de 11 de Setembro foram nada mais que um “trabalho interno” perpetuado por um governo sedento de poder sobre a sua população desmiolada, um ponto de vista que o Sr.Joseph disse ter “se afastado de tal tópico”. Realmente o segundo filme, que era o foco do evento, estava completamente livre de tais noções conspiradoras, direcionando sua retórica e valores altamente produzidos em foco a imposição da substituição dos maus efeitos no sistema bancário e uma economia ignóbil de escassez e débito.
Foi nesse ponto quando Jacque Fresco entrou na baila, um autor, estudioso e ex engenheiro de aeronaves pela Wright-Patterson na base da força aérea em Ohio que há 6 décadas trabalha no Projeto Vênus, uma sociedade futurística onde ( apertem os cintos agora ) máquinas controlariam o governo e indústria e guardariam os fragéis recursos do planeta por meio de uma inteligência artificial de sensoriamente terrestre autônoma – um super cérebro conectado a, sim, todo conhecimento humano.
Se isso soa vagamente como um desastroso cenário de “2001 uma odisséia no espaço”, o Sr. Fresco não pareceu se abalar nem ao mínimo. Máquinas não possuem emoção e não são agressivas, do contrario dos seres humanos, disse ele durante a seção de perguntas e respostas. “Se você pegasse seu laptop e o esmagasse em frente a outros 50 laptops, acredite em mim, nenhum deles se importaria.”

A audiencia, negra, branca, jovem, idosa, de boné ou terno e gravata – recebiam tais palavras como um Tonico, e as perguntas continuavam a vir: Como seriam as famílias no futuro? O que aconteceria se o sistema automatizado decidisse que uma certa pessoa devesse morrer?

Sr. Fresco e Sra. Meadows estão agora planejando a produção de um filme sobre o Projeto Venus de modo a levar o mesmo á uma maior e globalizada audiência. Antes da noite começar, Sr. Fresco, um homem pequeno com um suéter em decote em V e um aparelho de surdez sentava-se autografando livros e respondendo a questões de dúzias de estudantes juntos a seus pés .

Ao findar a noite, alguém finalmente perguntou: O que então exatamente traria um programa como esses a realidade? Um programa de vanguarda, disse Sr. Joseph.
“Nós já temos 250.000 membros ”, insistia ele ao palco. “Ao passo de que estamos indo, esse evento acontecerá em Madison Square no próximo ano”.


A reportagem no original em www.nytimes.com/2009/03/17/nyregion/17zeitgeist.html?_r=1

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