domingo, 31 de maio de 2009

Zeitgeist-The Movie na imprensa brasileira

Blog do Noblat- 2008

"Nem tudo que parece é

Está disponível na Internet um vídeo interessante, que merece ser visto e, sobretudo, ouvido. Informo, de saída, que é uma dessas obras aparentemente inverossímeis, que tratam de conspirações diabólicas, em que homens mal intencionados unem-se para ferrar a humanidade. Chama-se “Zitgeist, the movie”, sendo zitgeist uma palavra alemã que significa alguma coisa parecida com “o espírito do tempo”, ou “o tempo de uma cultura”.

Tem três partes: uma trata das religiões, o Cristianismo em particular, e é o motivo que me leva a citá-lo; a segunda é sobre o atentado contra as torres de Nova York; e o terceiro, a união dos grandes banqueiros para dominar o mundo por meio do dinheiro, muitíssimo dinheiro que nós, otários, entregamos para eles. O autor é o americano Peter Joseph, que aparentemente trabalhou sozinho numa pesquisa gigantesca – para justificar as três partes da história, ele apresenta um rol de obras consultadas portentoso.

Peter expõe sucintamente seu objetivo: inspirar as pessoas a olharem o mundo de uma perspectiva mais crítica e entenderem que, muitas vezes, coisas que elas acham que são, na verdade não são. Convém, insisto, aplicar esse mandamento ao próprio filme que o anuncia.

Sobre as religiões, ele começa afirmando que todas descendem da egípcia adoração do deus Orus (o Sol), e cita uma série de coincidências de que, confesso, jamais ouvira falar – e pretendo eu próprio pesquisar para comprovar sua veracidade, atento à advertência feita pelo autor: não basta dar uma olhada rápida no Google, é preciso malhar nas bibliotecas. Todas têm um deus nascido em 25 de dezembro, de uma mãe virgem, sob a luz de uma estrela gigantesca, começaram a se revelar aos 14 anos, iniciaram sua pregação às gentes aos 30, tinham doze seguidores (ou doze irmãos), foram mortos e ressuscitaram. Compõem esse rol de superdotados o já citado Orus egípcio, Athis, da Frigia, Krishna, da Índia, Dionísios, da Grécia, Mitra, da Pérsia, e o nosso Jesus.

De onde surgiram essas coincidências? Da Astrologia, garante Peter. 25 de dezembro é o momento em que Sirius, a maior estrela do firmamento, brilha com toda a intensidade. Os números 12, 14, 30 têm lá seus significados especiais. Até a cruz, tão representativa do Cristianismo, vem da Astrologia, que divide o círculo celeste em quatro partes com duas linhas retas que se cruzam. Tudo isso está minuciosamente explicado e justificado e é impossível resumir aqui. Nem vale à pena.

O filme é interessante de ver, é daqueles que não dá folga ao espectador, desenvolve-se sempre em alta velocidade e é preciso estar atento para não perder as informações e os comentários, muitas vezes jocosos. O capítulo das religiões, por exemplo, começa com o narrador citando que deus escreveu suas leis em duas pedras, ameaçou os que as desrespeitassem uma vez sequer com a tortura infinita de um local quente, cheio de fogo. Enquanto ele fala, sucedem-se em rápida seqüência, na tela, imagens de Moisés com as tábuas dos mandamentos, os judeus aproveitando a ausência do líder para adorar um bezerro de ouro, o inferno fumegante e, para encerrar, uma mensagem curta que ocupa toda a tela: deus ama você.

Mande o google pesquisar Zeitgeist, the movie e vai encontrar o filme, o site de Peter, com todas as explicações necessárias, e uma infinidade de comentários a favor e contra. Divirta-se."

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2008/01/01/nem-tudo-que-parece-e-85474.asp
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Revista Galileu- 2008

"É tudo verdade?

O documentário “Zeitgeist, o filme” faz barulho com a tese de que Jesus é um mito romano, mas se perde em outras teorias da conspiração.

Claudio Julio Tognolli


Mitologia romana: seria Jesus Cristo uma criação inspirada em lendas e histórias egípcias, indianas e persas? Segundo "Zeitgeist, o Filme", talvez
Como um documentário independente lançado online consegue mais público do que muitos blockbusters? Pois "Zeitgeist, o Filme", do norte-americano Peter Joseph, já teve 10 milhões de acessos desde quando foi lançado, em julho de 2007. Com uma hora de duração, o filme, que até agora não bateu no circuito comercial, começa bem: história e astronomia puras, de mãos dadas, na tentativa de mostrar que Jesus Cristo teria sido uma invenção, digamos, da "mídia" romana para apascentar as massas.

Os suaves estertores dessa teoria começam devagar para tentar provar que Jesus Cristo, nas palavras de Peter Joseph, é um "híbrido", um antropomorfismo que englobou várias entidades solares, de outras culturas milenares. Todas nascidas a 25 de dezembro, todas filhas de virgens, todas com 12 discípulos, todas crucificadas e ressuscitadas após 72 horas de suas inumações, vulgo enterros.

Tido e havido como o filme online com mais espectadores em 2007, "Zeitgeist" (expressão em alemão que significa "espírito da época") é seccionado em três frentes: "The Greatest Story Ever Told" ("A maior história já contada") , "All the World's a Stage" ("O mundo inteiro é um palco"), frase de William Shakespeare, e "Don't Mind the Men Behind the Curtain" ("Não se preocupe com os homens atrás da cortina"). No ano passado, uma versão um pouco mais alentada do que essa da net chegou a ser apresentada no quarto Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards, nos EUA.

A primeira seção do vídeo é impecável, plangente e tira você do sério. Vejamos: desde 10000 a.C., entidades solares têm sido purpurinamente festejadas em várias culturas. O deus egípcio Hórus, por exemplo: nasceu a 3000 a.C., é um messias solar que luta contra o messias das trevas, Set, rei na noite. Hórus nasceu a 25 de dezembro, é filho de Isis-Meri, uma virgem. Quando nasceu, três reis seguiram as pegadas de sua aurora. Como Cristo, começou a pregar aos 12 anos de idade e foi batizado também aos 30 anos. Tifão (como Judas a Cristo) o traiu. Hórus foi crucificado e ressuscitou três dias depois.

Na Frígia, temos outro caso: o messias Attis nasce a 25 de dezembro, da virgem Nana, e passa por martírio, traição e calvário como Cristo. Na Índia, em 900 a.C., Krishna nasceu da virgem Devaki, no mesmo dia de Cristo. Tudo igual, também, refere o filme, a Dionísio, na Grécia de 500 a.C., o mesmo também para Mittra, na Pérsia, renascido, depois de uma traição, a 25 de dezembro, só que em 1200 a.C. O que nivela os destinos de tantos avatares, tão iguais em culturas tão díspares e tão distantes em seus tempos e latitudes?

"Zeitgeist" sustenta que, no hemisfério norte, a 22 de dezembro, o Sol encontra o seu ponto mais baixo, o solstício de inverno. A partir dessa data, por três dias, ele fica parado, morto. Volta a se mexer, isto é, renasce, somente a 25 de dezembro. No dia em que o astro atinge seu ponto mais baixo, você pode ver em cima dele o Cruzeiro do Sul, ou seja: o sol morreu na cruz. Em 25 de dezembro o sol volta a renascer e se alinha nos céus com a estrela mais brilhante na Terra nessa data, Sírius, que por sua vez está alinhada com as Três Marias. O filme tenta dizer que essas coincidências astrológicas porfiaram por construir, em várias culturas, entidades solares, como Cristo, cujos apóstolos, por exemplo, nada mais representam que as 12 constelações pelas quais o sol passa durante 365 dias. Se você acha que tudo isso é lorota, veja o vídeo."

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG81245-8489-199,00-E+TUDO+VERDADE.html

emails: Hélio Gomes (editor chefe)- hgomes@edglobo.com.br
Redação- galileu@edglobo.com.br

Um comentário:

  1. No contexto astronômico, o filme mostra argumentos cientificos. Audemário Prazeres, atuante na Astronomia brasileira há 26 anos e Presidente da Sociedade Astronômica do Recife - S.A.R, uma entidade fundada em 1973 (aapsar.org)

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